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Morar na Europa: glamour ou vida real?

No Brasil, a gente sempre associa morar na Europa ao glamour. É como se no velho continente todo mundo tivesse um título de nobreza, morasse em castelos e curtisse banquetes e bailes todos os dias. Férias, só em iates na costa italiana ou em alguma ilha grega.Roupas, só de maisons francesas.

 

Quer sentir como é todo o glamour de morar na Europa?

1 – Faça você mesmo

O DIY (Do it yourself) na Europa não é uma onda passageira, mas algo que é parte do dia a dia há séculos. Sonha em ter uma IKEA perto de casa? Pois saiba que quem vai montar o armário é você mesmo. A casa ficou suja? É super comum que você deixe ela limpinha, porque aqui, a maioria das pessoas não tem uma diarista. E quando tem alguém que limpe a casa, é algo semanal, quinzenal ou mensal. Ou simplesmente não tem.

 

2 – Sair desfilando pela rua com bolsas cheias de lixo

Ser glamouroso é deixar a ignorância de lado e, por isso, reciclar lixo na Europa é a norma. Cada casa tem pelo menos, 4 lixeiras diferentes – plástico, papel, vidro e orgânico. Se quiser, dá para separar ainda mais o lance.
Pois bem, sabe no seu prédio no Brasil, quando você joga o lixo todo misturado por um duto no seu andar e o zelador recolhe tudo lá no térreo? A notícia é que aqui, a maioria dos prédios não tem porteiro, nem zelador. Vixe, mas quem vai cuidar de todo o lixo? Ora, você!
As lixeiras ficam no pátios dos prédios ou nas ruas. Em Galicia, por exemplo, é normal ver a pessoa saindo do edifício cheia de sacos de lixo nas mãos. Seja com uma glamourosa roupa de ficar em casa ou já arrumadinha para ir ao trabalho, você vai ter que pegar sua sujeira, abrir a caçamba com o pé e jogar tudo lá dentro. Às vezes fede bastante, mas né, sentir um cheiro de chorume vai trazer todo o glamour que você busca ao morar na Europa.

3 – Pegar objetos do lixo alheio

Se no Brasil alguém te vir pegando coisas do lixo, vão te levar para o manicômio na hora. Onde já se viu, criada na classe média tradicional, estudou nos melhores colégios, chegou a um ponto da vida que usa coisas do lixo! Coitada, ficou doida.

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Bem, na Europa, é fácil ir na casa de alguém, perguntar de onde veio aquela cadeira linda e a pessoa responder: “encontrei no lixo”. É normal deixar o que não é mais preciso nas ruas –  e muitas dessas coisas estão em ótimas condições! Outras, só precisam de uma reforminha e voilà. São livros, poltronas, luminárias, mesinhas, quadros, espelhos e muito mais. O lixo é tão bom por aqui que tem gente que passa com uma caminhonete, coloca tudo dentro, reforma e depois, vende. Reciclar é chique, gente. Brega mesmo é o consumismo louco que polui o mundo e ainda por cima, te deixa endividado.

4 – Trabalhador sem vergonha

Na Europa, o abismo social menor faz com que a diferença entre salários não seja enorme. Por esse e outros motivos culturais, trabalhos que no Brasil são chamados de “subalternos”, na Europa são empregos como outro qualquer. Aqui, carteiro, lixeiro, motorista de ônibus e pedreiro não ganham salários tão diferentes de muita gente que trabalha sentada no conforto do ar-condicionado no escritório.
Outro lance bem diferente é o emprego como gerador de um status social instantâneo. Claro que isso rola em algumas esferas da sociedade, porém na média, o povo é mais desencanado com isso. Nos países do norte, uma pessoa com ótima educação e potencial pode optar por um emprego que não lhe daria nada de status social, só porque ela está a fim de fazer o que lhe dá na telha e ainda, ganhando um salário decente. Ninguém vai julgar o cidadão porque ele é operário de fábrica ou carpinteiro e provavelmente, ele vai passar férias no mesmo lugar que o povo de ensino superior.

5 – Farofada nas férias

Falando em férias, é super chique ir para a praia no sul da França, Ibiza…só celebs em iates, champagne e festa. Certo? Bem, isso é o que você na revista de fofocas. Os Europeus são os mais farofeiros da praia. Inclusive e principalmente, os franceses. Pessoas levam tupperware cheio de comida e ninguém tem o pudor de abrir uma lata de atum na areia, cortar o pão com a mão e fazer um sanduichinho. Já vi muitas mesas na areia e a famílias comendo em volta. Madame brasileira classe média ia ter um tro-ço.

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No verão, as praias são lotadas e conseguir um lugar na areia pode ser complicado. Os estacionamentos ficam cheios e os mosquitos atacam da mesma forma. Os aviões da Ryanair e da Easyjet estão repletos de pessoas sem a menor etiqueta de viagem, fazendo uma zorra gigante.
Outra coisa européia super comum nas férias é viajar e ficar em camping. As instalações são organizadas e a infraestrutura, bem diferente da do Brasil. Mas ainda estão longe do conforto do hotel, com muuuuuitos perrengues de verão.
O glamour? Esse ficou na revista.

6 – Transporte público tranquilo e cheiroso…

A cidade mais famosa pelos perfumes de luxo tem um dos metrôs mais fedidos da Europa. Seja no inverno ou no verão, o metrô de Paris tem um odor que pode ficar dias nas entranhas do seu nariz.Deixando de lado as frivolidades de respirar um bom ar, o metrô da capital francesa mostra uma face cruel da Europa – moradores de rua que habitam as estações, principalmente nos meses de frio.
Podemos dizer que a grande maioria das pessoas que vivem nas grandes capitais europeias sejam de qualquer classe social utilizam o transporte publico.Apesar de alguns incovenientes que existêm funciona.

 

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Não tem jeito, cidades com milhões de habitantes têm os mesmos problemas, em qualquer lugar do mundo (menos no Japão, claro). Claro que se a gente estiver falando de cidades do continente como Amsterdã ou Genebra, a situação é diferente. Mas nas grandes cidades européias, metrô é caos.

7 – Escola grátis?

“Ah, as escolas na Europa são ótimas – e gratuitas! Todo mundo estuda, todo mundo é educado.” Bem, vamos aos fatos. A escola em Espanha varia porque têm as que são gratis e outras concertadas, onde os pais pagam uma mensalidade e o estado, a outra parte.  A universidade pública tem que ser paga também.
Na Alemanha, o kindergarten é pago e a partir da escola primária, o ensino obrigatório é gratuito. O sistema, porém, assusta: aos 12 anos, a criança tem seu desempenho avaliado e é encaminhada para uma escola profissionalizante ou de preparação para uma carreira universitária. Ou seja, desde cedo, o cidadão já tem seu futuro bem traçado.
Em Portugal, o ensino obrigatório (dos 3 anos de idade aos 18, em média) é oferecido nas escolas públicas. Antes disso, os pais têm que pagar creche para a criança e a melhor opção para quem não pode gastar muito são as IPSS (Instituições Privadas de Solidariedade Social), geridas por Paróquias e Santa Casa da Misericórdia. Mas essas creches são muito disputadas e os pais tentam fazer a pré-inscrição antes mesmo de o bebê nascer – o que nem sempre é possível. Na outra ponta do ciclo de ensino, as universidades em Portugal são todas pagas, mesmo as públicas.
Cada país tem seu sistema de ensino, mas na maioria deles, o cidadão tem que coçar o bolso quando quer ir além do ensino obrigatório e básico.

8 – Melhor cuidar da saúde!

Essa história também se aplica à saúde. Muita gente no Brasil vive falando que saúde na Europa é uma maravilha, que funciona muito bem e é grátis. Apenas parem.
Em muitos lugares, não existe sistema de saúde pública. Em Amsterdã e Berlim, é obrigatório contratar um plano de saúde (em Amsterdã custa em torno de 100 euros e, em Berlim, pode chegar a 250 euros por mês), cujo custo é compartilhado pelo empregador e o empregado (autônomos e freelancers é que se dão mal nessa, porque precisam pagar o preço integral sozinhos). No caso de desempregados e pessoas de baixa renda, o governo acaba arcando com o custo – mas não, não existe sistema público real. Em Portugal, o cidadão paga taxas moderadas a cada vez que usa o sistema de saúde. Já na Espanha, a saúde é gratuita, mas tem seus problemas. Cada país é um caso.
Na Europa, não existe medicina preventiva. Então esqueça ir no médico para pedir um exame porque você, em uma onda de hipocondria, achou que aquela dor pode ser algo grave. Pelo menos no sistema público. Na Inglaterra, o governo dá direito a um preventivo grátis para a mulher de 5 em 5 anos, o que para eles é ok. Agora você imagina o que pode passar no seu corpo em 5 anos…bata na madeira. O pessoal só faz exame se você estiver tendo um treco e aí, pode ser tarde demais.

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Conseguir ver a um médico geral é fácil, mas marcar uma consulta em um especialista pode demorar meses. As instalações são decentes, mas o serviço está longe de ser uma maravilha na maioria dos países. Na Inglaterra, nesse momento, 9 entre 10 hospitais estão superlotados e as pessoas podem ficar 15 horas na espera de um atendimento de emergência. Não tá fácil para ninguém.
Saúde privada na Europa pode ser pior que saúde privada no Brasil. Ao ponto de você chegar no hospital com dor no estômago que já está durando dias e a emergência te dizer que só pode fazer o exame em uma semana. Tudo é uma burocracia tremenda. Pelo menos, dá para dar uma de hipocondríaco no consultório e pedir um monte de exames de rotina.

Mas então, por que as pessoas vão morar na Europa?

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Depois de tudo isso, fica difícil acreditar que alguém venha viver na Europa só para dar uma de fina na cara da sociedade. Afinal, sair do seu lar para uma terra onde ninguém te conhece não é tarefa fácil. Mas acredite, vale muito a pena.
Cada um tem seu motivo para vir morar na Europa: uma vida mais tranquila, viver em um lugar com mais infraestrutura, segurança, contato com diversas culturas, uma sociedade mais igualitária ou pura curiosidade. Seja qual for o seu, venha viver na Europa com a mente bem aberta, porque assim é a vibe do continente.Qualquer dúvida pode entrar em contato com a nossa equipe por email:info@assessoriainternacional.com